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segunda-feira, 15 de abril de 2013

Cientistas descobrem nova espécie de peixe no Rio São Francisco


Animal mede 2 cm e pertence à família dos cascudos, diz pesquisador.
'Hisonotus bocaiuva' é pequeno em comparação com 'parentes'.

Rafael SampaioDo G1, em São Paulo

Peixe da espécie recém-identificada 'Hisonotus bocaiuva' (Foto: Arquivo Pessoal/Fábio Roxo)
Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) descobriram uma nova espécie de peixe que mede 20,8 milímetros e é natural da bacia do Rio São Francisco, em Minas Gerais. Chamado de Hisonotus bocaiuva, o animal foi descrito na última edição da revista científica "Ichthyological Exploration of Freshwaters", publicada em março.
O peixe é pequeno em comparação com a maioria das espécies da qual é "parente", cujos tamanhos variam de 30 a 40 milímetros, diz o pesquisador da Unesp Fábio Roxo, um dos autores do estudo.
Uma das características mais marcantes do peixe recém-descrito é a crista no topo da cabeça. A crista foi uma das coisas que permitiu que os cientistas diferenciassem a espécie de outras do mesmo gênero, explica Roxo.
Cascudo
A nova espécie pertence à família Loricariidae, cujos animais são chamados popularmente de cascudos, diz o pesquisador. "Esta é uma das maiores famílias de peixes e atualmente tem 862 espécies, sendo que nos últimos dez anos foram descritas 192, um aumento de 22%", ressalta.
Hisonotus bocaiuva vive na vegetação marginal de pequenos e grandes riachos, afirma o pesquisador. Exemplares do peixe foram coletados na região da cidade mineira de Bocaiúva, por isso o nome escolhido. As primeiras amostras foram encontradas em maio de 2010. Só agora, no entanto, a nova espécie foi identificada e descrita pelos pesquisadores da Unesp de Botucatu.
Espécie abundante
"Acreditamos que seja uma espécie de peixe abundante. Recentemente fizemos uma nova coleta em riachos do Rio São Francisco e pegamos mais [exemplares] dessa espécie em outra localidade que não está no trabalho", informa Roxo.
O pesquisador ressalta que ainda não há informações sobre alimentação, comportamento e ecologia do peixe descoberto. "Esse tipo de trabalho normalmente é feito posteriormente à descrição, uma vez que só agora sabemos que a espécie é nova. Antes nem sabíamos que ela existia", diz Roxo.
Outros exemplares de peixes coletados pela Unesp pertencentes à mesma família podem ser descritos no futuro e dar origem a novas espécies. "O Rio São Francisco é riquíssimo em número de espécies", diz Roxo. "Só na nossa coleção tenho mais duas espécies novas do gênero Hisonotus, do Rio São Francisco", esperando para serem identificadas, informa o pesquisador.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Alunos do curso técnico em aquicultura da EEEP de Guaiúba fazem curso no DNOCS de Pentecoste

Durante os dias 1 a 5 de abril, oito alunos da EEEP José Ivanilton Nocrato realizaram um curso de aquicultura continental no Centro de Pesquisa em Aquicultura do DNOCS em Pentecoste-Ce. Os alunos foram: Antº Éric, Elani Honório, João Batista Neto, Mª Laura, Sabrina Maria, Vanessa Ribeiro e Williana Neres do 3º ano juntamente com a aluna Mª Helene do 2º ano do curso técnico integrado em aquicultura.

Os alunos mobilizaram-se por conta própria para viabilizar sua inscrição, transporte e hospedagem, demonstrando o que vêm sendo trabalhado na escola no tocante ao protagonismo juvenil. Nossa escola parabeniza esses jovens por seu empenho e dedicação para aprimorar seus conhecimentos.

A partir da esquerda: Sabrina, Laura, Williana, Helene, Elani, Vanessa, Éric, João Batista

quinta-feira, 4 de abril de 2013

I Semana AQUA – Água e Aquicultura | 20 a 22 de março de 2013




Sob o tema “Ações do setor produtivo para a mitigação dos impactos ambientais” a I Semana AQUA – Água e Aquicultura da EEEP José Ivanilton Nocrato em Guaiúba-Ce teve como objetivo chamar a atenção para a água como fonte de vida e em especial, fonte de alimento. A coordenação foi do Zootecnista Thiago Andrade, também coordenador e professor do curso técnico em aquicultura da referida escola.

O ano de 2013 tem tornado a discussão a respeito da água ainda mais evidente, pois o Estado do Ceará enfrenta umas das maiores secas dos últimos tempos. O déficit hídrico em algumas regiões e as mudanças climáticas têm forçado a utilização racional desse recurso vital. Novos modelos de produção aquícola focam na redução da demanda de água e sua máxima reutilização como por exemplo os cultivos baseados em bioflocos. Mesmo em regiões nas quais a disponibilidade de água não é limitante à produção, a preservação dos recursos hídricos é requisito essencial à atividade aquícola para garantir sua sustentabilidade e os usos múltiplos da água.

A conscientização da necessidade da preservação dos recursos hídricos por parte dos produtores e da sociedade passa primordialmente pelas mãos dos profissionais envolvidos na sua utilização. Neste contexto se insere a aquicultura e portanto a demanda de profissionais aptos a gerir estes recursos. Em consonância com essa demanda, muitos cursos de nível técnico vêm sendo formados em regiões onde a produção de pescado é um importante setor da economia, como no estado do Ceará, um dos maiores produtores de organismos aquáticos cultivados do Brasil.

Em Guaiúba, o curso técnico em aquicultura é ofertado desde 2011 e prevê o fornecimento de mão-de-obra qualificada para atender a demanda de técnicos em aquicultura em especial da Região Metropolitana de Fortaleza e Maciço de Baturité.

A importância da água para o Município é tão marcante que seu nome, Guaiúba, traduzido do tupi-guarani por José de Alencar, significa “por onde vêm as águas do vale”. Uma segunda versão designou o termo como sendo “bebida da lagoa”. Ambas fazem relação com o mais importante e abundante recurso natural da localidade, a água.

A aquicultura tem se tornado uma atividade econômica cada vez mais importante no Brasil. Essa importância é simbolizada pela criação do dia nacional da aquicultura instituído pela Lei nº 12.531, de 2 de Dezembro de 2011.

A data escolhida para a comemoração refere-se à cessão dos primeiros títulos de uso de águas da União para criação de pescado. Em 20 de março de 2008, famílias de pescadores artesanais da região do Lago de Itaipu, em Foz do Iguaçu (PR), passaram a exercer legalmente o direito de explorar a aquicultura. Segundo a autora da proposta, a hoje ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, a data comemorativa é um reconhecimento a pessoas, empresas e instituições que se dedicam ao cultivo de peixes, moluscos e crustáceos destinados à alimentação.

O Dia Mundial da Água é comemorado anualmente em 22 de março como meio para chamar a atenção para a importância da água doce e defender a gestão sustentável dos recursos hídricos. Um dia internacional para celebrar a água foi recomendado na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (UNCED). A Assembleia das Nações Unidas respondeu ao apelo designando o dia 22 de março de 1993 como o primeiro Dia Mundial da Água.

A I Semana AQUA – Água e Aquicultura, de Guaiúba destacou a relação entre a atividade aquícola e o ambiente, evidenciando o prefixo que compõe o nome dado à atividade de cultivar organismos aquáticos, que nem sempre fica claro na mente da comunidade em geral. A programação contou com atividades de conscientização da preservação dos recursos hídricos e palestras de alunos do curso e convidados.

As palestras foram realizadas na sexta-feira dia 22. Durante a manhã os alunos puderam trazer seus convidados para conhecer melhor a aquicultura e o curso da EEEP de Guaiúba. A programação teve início às 8:30 com a palestra do aluno do 3º ano Caetano Cavalcante Filho, apresentando a atividade aquícola. Em seguida o Secretário de Agricultura, Meio Ambiente e Pesca de Guaiúba falou à comunidade escolar sobre as ações da Prefeitura no tocante à preservação e uso dos recursos hídricos do município.

Uma equipe de alunos recebeu a tarefa de fazer um levantamento dos recursos hídricos do município e seu grau de conservação. A aluna Júlia Gomes mostrou em uma palestra os resultados desse levantamento. Ainda pela manhã, foi exibido um vídeo elaborado pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos que trazia o levantamento das bacias hidrográficas do Estado do Ceará e mostrando a ação dessa instituição.

Encerrando a programação da manhã, o Engenheiro de Pesca Alan Coêlho, professor do IFCE Campus Avançado Morada Nova, palestrou sob o tema “Cultivo integrado de juvenis de tilápia do nilo (Oreochromis niloticus) com a microalga Spirulina platensis: uma alternativa para tratamento de efluente aquícola”.

Durante o intervalo para o almoço, o Engenheiro de Pesca da Secretaria de Pesca e Aquicultura do Estado do Ceará Leonel Ferreira ministrou uma oficina para alunos interessados em montar grupos de jovens empreendedores e conversou com eles sobre as fontes de financiamento para investirem na produção de peixes ornamentais ou tilápias.

A programação da tarde contou com diversos técnicos e produtores da região. Antes dos palestrantes apresentarem suas considerações, a aluna Jamille Lima explicou a origem do dia da aquicultura e da água. O primeiro palestrante da tarde foi o Engenheiro Agrônomo Paulo Leite Rodrigues Gerente de Assessoramento Técnico ao Agronegócio do Banco do Brasil apresentando as linhas de crédito com recursos do Plano Safra disponíveis aos aquicultores.

O Engenheiro de Pesca Carlos Alberto Alpoim, supervisor técnico das Rações Guabi tratou do tema “Futuro da carcinicultura em cultivos heterotróficos”. Logo após, o assistente técnico em piscicultura ornamental da Secretaria da Pesca e Aquicultura do Estado do Ceará e também piscicultor e cultivador de plantas aquáticas, Fábio de Queiroz Fernandes apresentou o tema: “Empreendedorismo para Produção Aquícola”.

Pedro Henrique Martins Lopes, Engenheiro de Pesca, responsável pela articulação de cadeias produtivas da Aquicultura e Pesca na Diretoria de Agronegócios da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará S/A – ADECE apresentou a palestra “Ambiente institucional da aquicultura no Ceará: ações da ADECE na articulação da cadeia produtiva”.

O ponto alto da tarde foi a apresentação do Engenheiro de Pesca Antônio Albuquerque, membro da Associação Cearense de Aquicultores – ACEAQ. Tony, como é mais conhecido, falou das ações da ACEAQ para o aprimoramento das práticas de manejo na aquicultura com o objetivo de dar sustentabilidade à aquicultura. As ações da ACEAQ também têm como objetivo mudar a imagem de vilão do meio ambiente que muitas pessoas ainda têm da aquicultura. Sua palestra teve o tema “Ações do setor produtivo para a mitigação dos danos ambientais da aquicultura”.

Ao final da tarde, alguns convidados deslocaram-se até a Fazenda Guaiúba Tilápia, que tem parceria firmada para a realização de práticas do curso técnico em aquicultura da EEEP de Guaiúba.

A água é essencial à vida. A aquicultura é uma atividade nobre que produz alimento saudável e deve ser a maior interessada na preservação dos recursos hídricos. A coincidência das datas comemorativas em alusão à aquicultura e a água deve ser mais evidenciada para chamar a atenção da população para a importância da produção aquícola como geradora de emprego e renda e em muitos casos uma aliada à preservação do ambiente.