A
exploração de animais domésticos é uma atividade humana antiga. A
criação dos animais domésticos foi uma das primeiras realizações
do homem primitivo, sendo duas de suas finalidades satisfazer sua
necessidade de nutrição e se proteger contra os rigores do clima
(DOMINGUES, 1968).
A
relação entre homem e animal começou de maneira extrativista com a
caça e a pesca. Com o passar do tempo, o homem desenvolveu técnicas
para deter os animais sob o seu domínio e explorar seus produtos. Os
registros históricos revelam a convivência próxima do homem com o
cão, inicialmente, a cabra, carneiro e boi, em um segundo momento,
em seguida o porco e o cavalo por último há pelo menos 9 mil anos
(DUERST, 1886 apud DOMINGUES, 1968).
Sabe-se
hoje que alguns outros animais com características bem distintas
entre si são cultivados servindo ao homem como alimento,
matéria-prima para confecção de utensílios industrializados,
força motriz, dentre outras atribuições.
Em
relação ao cultivo dos mamíferos acima relacionados, a aquicultura
é bem mais recente. O IBAMA (2007) definiu aquicultura como
“processo de produção de organismos aquáticos em cativeiro,
peixes, crustáceos, moluscos, quelônios e anfíbios. Pode ser
realizado no mar (maricultura) ou em águas continentais (aquicultura
continental)”.
Há
milhares de anos, os chineses e os egípcios faziam lagoas de água
doce, onde mantinham e talvez também alimentassem peixes vivos
(DESPERTAI, 1995). Já por volta de 475 A.E.C.,
foi escrito na China, por Fan Li, um tratado sobre a criação de
peixes. Outros povos, inclusive os antigos gregos e romanos, também
praticavam a até então arte da aquicultura (DESPERTAI, 1972).
Uma
das primeiras espécies de peixes domesticadas foi a carpa. Domingues
(1968) incluiu a carpa no rol dos animais que constituem o objeto da
zootecnia. Desde a domesticação da carpa, as técnicas de cultivos
de outros peixes foram igualmente dominadas como, por exemplo, do
salmão, algumas espécies de bagres, e das tilápias.
A Zootecnia, como ciência e profissão, tem avançado a cada dia. Espécies de animais que anteriormente não viam-se como fonte de alimento ou aplicação econômica são profundamente estudadas, melhor conhecidas e manejadas. Até mesmo aquelas espécies que aparentemente não possuem potencial de exploração, são incorporadas ao labor do Zootecnista com o fim de preservá-la e assim atenuar os impactos sofridos por ela em seu ambiente por conta da ação antrópica.
Da abelha ao búfalo, do frango ao camarão, da tilápia às meliponas, do cateto ao emu, há um amplo espectro de ação para o Zootecnista.
Texto adaptado de SILVA, T. A. da. PRODUÇÃO DE TILÁPIAS: DA REPRODUÇÃO À TERMINAÇÃO. Relatório de Atividade Supervisionada, Curso de Zootecnia da Universidade Federal do Ceará. Fortaleza, 2010.